
o jardim.
porque é verão.
o verniz de saliva sobre o dedo impecavelmente erguido
- e é essa toda a técnica que a infância permite a um dedo de 8 anos
avisa que é hora boa.
a disparada.
os estalos do papel rasgando o vento
e os estalos dos pés rasgando a grama
estalam.
(não se pode pensar coisas pesadas
quando os momentos são de leveza)
sobre as mãos sobre a cabeça, os dedos miúdos
soltam devagar o lápis atravessado no carretel
(de linha verde, que era a única que a avó não notaria caso sumisse)
os olhos do menino
que olha para trás quando corre
vão subindo devagar
feito letrinhas -castanhas- de fim de filme,
postas na melhor cena.
[saltando de tarde em tarde,
o menino que brinca de vento
vai brincando de vento.
Enquanto houver menino, grama e verão,
ele ventará.]
5 comentários:
(não se pode pensar coisas pesadas
quando os momentos são de leveza)
Tenho escutado isso tanto. E é tão certo.
Um beijo.
Obrigada pela visita. Um presente.
Beijo.
ah, a poética cotidiana :]
levinho e com cheiro de nostalgia
bjo!
Um sorriso.
Senti a brisa
e o cheiro da grama.
À noite, doce, orvalhada.
**Estrelas**
Coisa boa achar coisa nova aqui. E assim tão linda...
Postar um comentário