terça-feira, outubro 18, 2005

Entrei em acordo com os sábados: eles são legais comigo e eu sou legal com eles

Sábado teve um lual e, adivinha:
ninguém se importa com a lua em luais :)


Um punhado de bons amigos mudos
outro tanto de vozes completamente desconhecidas
uma fogueira(?), um mar e um violão...
[-ou uma bateria, um baixo e duas guitarras,
dependendo da boa vontade da Mr. Jingles]

Perfeito. e quem se importa com a carne?
Que venham as laranjas!
As laranjas e a goiaba e o limão e o açucar e o gelo!
Se não tivesse tanto álcool eu jurava que era café da manha na casa da vovó.

E sabe aquele post lá embaixo? poisé...
com ajuda de bêbados ilustres, descobri um jogo novo:
se eu girar mais que minha cabeça ela não me alcança!
funciona por algum tempo
até que a gente gira, gira, gira
e cai.
Com as costas na grama e olhando pro céu.

páro e penso

eu não preciso de tantas estrelas.
[malditas nuvens covardes...
descobri a função da lua nos luais
na falta das nuvens
elas nos distraem das estrelas.]

Daí, quando a gente já vai se entregando a lembrar das estrelas
chega um daqueles amigos-mudos
e, gostando da brincadeira de cair no chão,
cai com o cotuvelo no nosso estômago
e nos convida pra outra dose.

quinta-feira, outubro 06, 2005

........

ninguém devia ficar só num sábado a noite...
mas se ficar, que tenha um guardanapo e uma caneta a mão...

A noite me fala por línguas estranhas.
Paro e me ouço...
Um eco sem um som.
de quem eh essa voz?
me fiz incompleto e impotente.
pego emprestada uma voz qualquer
E grito! - ou penso gritar,
mas soh uma sombra sarcástica me ouve.
Grito um grito errado,
desses que espantam as coisas boas
e atraem as más.

Talvez eu devesse correr.
Correr muito. Correr rápido.
Mas, correr?
eu sento à mesa de um bar e espero.
enquanto houver música, espero.
(talvez o eco suma...)

Uma melodia amarga, um whisky melancólico e um homem dissonante.
Não quero acabar a noite mais feliz.
(sei que a felicidade eh a mais cruel tristeza
porque nunca vai além de cinco minutos)
Não, não busco a felicidade.
Esquecer deve bastar.
Isso! esquecer tudo por esta noite
e esquecer essa noite amanhã pela manhã.
Por hora, no entanto, só me concentro no que estiver ao alcance da mesa.
Grave: Ainda estou cheio e o copo já está vazio.

A música?! Onde está a música da noite passada?
A música, e as danças
e as cores, e as mulheres
O que se fez da noite passada?
Passou.
Mulheres levam as noites embora
e deixam lembranças em branco e preto a nos atormentar.

Convencido, levanto os olhos
e apago o meio cigarro que me resta.
Não vou amar mais nada.
(de quem eh essa maldita voz?!)

O bar atrás do espelho ao fim do bar
é animado, estranho, vário.
a música parece boa.
Alheio, ao fundo, um homem.
É fraco, de olhos inconfundivelmente velhos
-muito mais velhos que o resto do corpo.
Levanto , ele levanta
dou um passo para trás, ele também o dá
viro as costas para o outro bar
e um turbilhão de xingamentos ternos me chama de volta à mesa
erguendo seus copos
e propondo um novo brinde.

(acabaram de estragar uma noite inteira de conclusões.)

sábado, outubro 01, 2005

Perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
(meio 'A. de Campos', mesmo)

Eu nem devia postar nada hoje... jurei pra mim mesmo que não ia postar mais nada de madrugada, nunca sai nada de bom, mas...
Acho que hoje a apatia tomou conta de mim, então, que mau haveria num post apático? Melhor que a melancolia de costume....
Coisas estranhas têm acontecido comigo... Tenho me apegado demais às coisas(idéias, setimentos, sensações) erradas, ou inadequadas pelomenos... (ateh pouco tempo eu nem sabia que sentimentos e sensações podiam ser inadequados...)
Eu estou, aliás, me proibindo de piscar os olhos. Fechá-los - mesmo por um instante - pode ser perigoso demais.
Os sonhos não são bons. Ouçam, sonhos são para os fracos.
Não sonhem, sob hipótese alguma.
Não sonhem, nem planejem, nem lembrem - principalmente, não lembrem!
Carpe Diem, pessoas. Nada além do agora.
Fora disso corre-se o risco de se encontrar coisas terriveis. Você, por exemplo, ou partes disso.
Então, por favor, não sonhem.
Aliás, não sei se estou inerte como eu pensava, ou como eu queria. De qualquer forma, se alguem me encontrar na rua, por favor, diga um 'oi' qualquer, mas um 'oi' reinventado hoje. Qualquer ´oi´antigo será, pior que inútil, uma lembrança.

ps.: A Bohemia do capitão mostarda definitivamente não contribui para a alegria de qualquer blog...